terça-feira, 30 de junho de 2009

Di menor


Menino de pé descalço...fruto do descaso

Caminha solitário pela cidade de concreto e aço   

Para as madames é pesadelo                                           

Um estorvo pro governo                                                       

De bandido dizem ser modelo                                           

Mais somente uma criança                                                 

Que um dia do país já foi esperança                               

Mais que lhe virou as costas                                               

Dando como opção a vida torta                                       

Sem conhecer carinho e amor                                           

Se transformou em algo que agora causa dor             

Qual será seu presente?                                                       

Sem natal ou aniversário...mais um carente?           

Qual será seu futuro?                                                           

Uma cela fria atrás de grades e muros?                       

A calçada a tempos a fez de lar                                         

Onde qualquer tipo põe os pés                                       

Sem pedir licença para entrar                                       

Como crescerá um bom homem                                       

Se o sentimento mais latente é a fome                           

Inglês sempre muito educado                                           

Manda pro Brasil...um navio de brinquedos contaminados    

Presente de grego  pra menor abandonado               

“Lave bem antes de usar”... dizia o recado                 

Ficou chocado? Olhe pro lado...                                     

Até quando vai ficar omisso?                                              

Vai continuar dizendo que nada tem a ver com isso?                         

Que os pais que tinham que ter compromisso         

Que pau que nasce torto morre torto...tem que dar é sumiço        

Se livrar do problema sempre foi o melhor caminho                        

Arranca a rosa do caule pra esconder os espinhos 

Meninos de rua..que um dia foram inocência pura 

Se tivesse ganho um pouco de carinho...educação...respeito...cultura

Certeza não estariam nessa vida dura                           

Entre migalhas...drogas.... viaturas...quando não sepultura        

Mais a quem interessa dar ajuda?Quem?                     

Eu? Voce? Fica no ar a pergunta!

Tubarão

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Empresa inglesa envia lote de lixo tóxico para o Brasil


A Receita Federal e o Ministério Público Federal do Rio Grande do Sul investigam o desembarque de 64 contêineres carregados com cerca de 1.200 toneladas de lixo tóxico, domiciliar e eletrônico nos portos de Rio Grande (RS) e Santos (SP).

O lote de lixo, que equivale a 7,7% do que é produzido por dia no município de São Paulo, veio da Inglaterra e foi enviado irregularmente ao Brasil, segundo a investigação.

Até ontem, 40 contêineres estavam retidos em Rio Grande, oito foram parados na estação aduaneira de Caxias do Sul (RS) e 16 no porto de Santos.

Segundo o auditor Rolf Abel, chefe substituto da seção de vigilância do controle aduaneiro da alfândega de Rio Grande, trata-se de esquema similar ao usado pela máfia italiana, que envia lixo para países africanos.

Na documentação entregue nas alfândegas, consta que a carga seria de polímero de etileno e de resíduos plásticos, que deveriam ser usados na indústria de reciclagem.

No entanto, além de sacolas plásticas, havia papel, pilhas, seringas, banheiros químicos, cartelas vazias de remédios, camisinhas, fraldas, tecido e couro, dentre outros. Moscas e aranhas também foram encontradas nos contêineres.

O que chamou a atenção é que em um dos contêineres havia um tonel com brinquedos onde estava escrito: "Por favor: entregue esses brinquedos para as crianças pobres do Brasil. Lavar antes de usar".

A carga partiu do porto de Felixstowe, um dos maiores do Reino Unido. Antes de chegar ao Brasil, o navio passou pelo porto de Antuérpia, na Bélgica.

As investigações apontam que o lixo foi enviado por uma exportadora inglesa, que não teve o nome revelado.

"A denúncia partiu de uma empresa brasileira que importou produtos para reciclagem [procedimento considerado legal]. Quando receberam a carga, viram que era lixo doméstico, e não resíduos de plástico, como eles encomendaram", disse Abel. As investigações começaram em 12 de junho.

Cinco empresas (quatro com sede no RS e uma em SP; os nomes não foram revelados) importaram o lixo, apuraram a Receita e o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). Cada uma foi multada em R$ 408 mil. Elas têm de enviar a carga de volta para a Inglaterra em até dez dias e têm 20 dias para recorrer da multa.

Segundo o chefe do escritório do Ibama em Rio Grande, Sandro Klippel, as empresas infringiram a Convenção de Basileia -que regula o transporte de resíduos perigosos-, e a resolução 23 do Conama (Conselho Nacional de Meio Ambiente).

Klippel disse que as empresas não tinham autorização do Ibama para importar polímero de etileno. "Tudo indica que elas tentaram enganar as autoridades também da Inglaterra."

Por AFONSO BENITES

da Agência Folha

DUAS CARAS

Michael Jackson está morto.
Não o artista. O rei do pop. O Fred Astaire dos anos 80. O renovador do rhythm and blues. O moonwalker. O invencível.
Esse viverá para sempre.
Estará sempre entre nós em videoclips, CDs, DVDs, discos de vinil, VHS, MP3, ou seja lá o que mais que os mercadores da arte cismarem de vender.
Morreu o homem.
O pai de três filhos.
Aquele que nós desconhecemos.
O ser-humano atrás do personagem.
A criança explorada e humilhada (molestada?) pelo pai.
O adulto acusado de molestar sexualmente menores de idade. Perversão? Oportunismo das outras partes? (Eu particularmente sempre acreditei na sua inocência. Assim como acredito na de Mike Tyson).
O negro que se tornou branco. Doença de pele? Vaidade? Criador perdendo-se na criatura?
O empresário inescrupuloso capaz de passar a perna no amigo (até então) Paul McCartney e faturar com a compra dos direitos autorais dos The Beatles.
A criança desgovernada que não conseguiu controlar seus gastos e faliu um patrimônio de bilhões.
O homem que se isolou na sua solidão. A criança que criou seu próprio mundo.
Vítima de um mundo doente onde a mais valia está sempre em primeiro plano ou o seu maior ícone, a sua imagem e semelhança?
Heal the world. We are the world.
O que fica é a tristeza por saber que, mais uma vez, um talento ímpar, um homem genial em sua arte, foi evidentemente infeliz.
Que ele descanse em paz...
 
Leandro L. Rodrigues  - cronista e pesquisador musical. Mais textos no blog http://mandandobrasa.blogspot.com/

sábado, 27 de junho de 2009

11º Suburbano no Centro -SP

Salve a todos...ontem rolou mais um Suburbano no Centro...a décima primeira edição...que acontece toda última sexta feira do mês na Ação Educativa...foi umas das melhores que já participei...casa cheia e várias atracões de peso...o evento teve ínicio com muita literatura...Alessandro Buzo o idealizador e apresentador do barato convocou ao palco Michel da Silva do sarau Elo da Corrente...em seguida o professor e escritor Rodrigo Ciríaco...depois foi minha vez de subir e representar a Baixada na poesia....Fanti de Heliópolis ficou encarregado de encerrar a parte literária da noite.Buzo então chamou ao palco o grupo das antigas Comunidade Carcerária  formado no Pavilhão 8 do Carandirú  que abriu a festa, com um RAP consciente,  na sequência subiu ao palco direto de Santo André/SP o Impacto Verbal aprovado na hora  pela geral presente, depois foi a vez dos meus parceiros de Santos/SP....Percutindo Mundos...a única atração que não era Rap da noite...mais Márcio Barreto...Paulo Infante e Fernando...mandaram ver no seu som "caiçara comtemporaneo"...deixando todos de cara com um som cheio de improviso e instrumentos muitas vezes desconhecido pelo público...que elogiou muito a rapaziada...que em grande estilo somaram e mostraram que a Baixada tá na cena.Direto de Minas Gerais chegou o Função DNS que estava lançando seu CD...muito bom também...mantendo o nivél da festa lá no alto....destaque para o som que citava o projeto do boxe do Garrido embaixo do viaduto no Bixiga.Quem somou também foi o mestre King Nino Browm que mandou ver nas bolachas com muito funk...soul..fazendo geral dançar e espantar o frio de vez....Gege apareceu com seus dvd's culturais só titulos bons...verdadeiro tráfico de informação...para encerrar em grande estilo colou direto do Capão Redondo...os Guerreiroz..grupo dos meus parceiros Fuzzil e Nego Chic...Kanão e Cal....uma noite de festa...cultura.mostrando que o evento tomou corpo e hoje é uma realidade...conquistou seu espaço...parabéns a todos que colaram mantendo acessa a chama da arte periférica...tamo juntos.

Tubarão

Alessandro Buzo

Comunidade Carcerária

Tubarão

Tamo junto

Impacto Verbal

Gege traficando informação

Função DNS

Mestre Nino Brown

Os Guerreiroz

PercutindoMundos

Michel Da Silva

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Tio Fresh e Sombra

Nesse sábado, 27 de junho, tem mais uma Edição da *Festa Colex, dessa vez com as apresentações de Tio Fresh (SP Funk) e Sombra. O MC da festa será Max B.O, continuando o bom trabalho da edição anterior, e o DJ residente é o Suissac (Mzuri Sana).

Tio Fresh e Sombra estão desenvolvendo trabalhos em carreira solo, o primeiro prepara o lançamento do seu primeiro disco e Sombra está fazendo os shows do primeiro trabalho que já está nas ruas, o CD 
"Sem Sombra de Dúvidas". No mesmo dia será lançada e comercializada a camiseta oficial desses artistas.

Shows: Tio Fresh e Sombra
www.myspace.com/tiofresh
www.myspace.com/semsombradeduvida

Local: Hole Club - Rua Augusta, 2203 - Jardins
Apresentação: MC Max B.O. 
DJ: Suissac (Mzuri Sana)
Data: 27 de junho de sábado
Horário: 23h
Entrada: Mulheres vip até 00:30 após R$ 10,00
Homens R$ 12,00 com nome na lista ou flyer ou R$ 15,00 sem nome ou flyer
Censura: 18 anos
Lotação: 400 pessoas
Informações: (11) 3224-9730 ou 
listacolex@gmail.com
Apoio: Colex, Lifestyle e Revista Elementos.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Criações Dulixo





* Artes em plásticos e papel machê

Trupe D`Areia

   A  Trupe D`Areia de Santos/SP,estará apresentando o espetáculo "Da Vila aos Espigões" no próximo sábado, dia 27 de junho às 15h na Lagoa da Saudade, dentro da programação da Mostra de Teatro Olho da Rua 2009, que até agosto levará para praças da cidade de Santos, três grupos de teatro de rua de São Paulo, dois de Santos e um de Rio Grande do Sul.
               Se chover até 2h antes do espetáculo, a apresentação será transferida para as dependências do Centro de Cultura Patrícia Galvão (Teatro Municipal - AV. Pinheiro Machado, nº 48).
                
               Após a apresentação haverá um bate-papo com o grupo, aberto ao público.

               A Mostra tem Apoio do Restaurante Gotissô / Parceria com a Cooperativa Paulista de Teatro e Movimento de Teatro de Rua de São Paulo (MTR-SP)/ Realização - Trupe Olho da Rua / Co-PatrocínioSecretaria de Cultura de Santos e Prefeitura da cidade de Santos / Patrocínio - ProAc (Programa de Ação Cultural) Governo do Estado de São Paulo e Secretaria de Cultura do Estado.


 Trupe Olho da Rua
    Teatro de Rua
      Santos-SP
6 anos em atividade



terça-feira, 23 de junho de 2009

Diploma de jornalismo é perfumaria !

O diploma não está ameaçado porra nenhuma. Acabou. Não é por acaso que a Rede Globo garante que continuará prestigiando as escolas de “comunicologia” e que, por outro lado, irá abrir espaço a especialistas de outras áreas. O PRBS, também, promete que vai continuar valorizando os cursinhos da perfumaria. É só uma flexibilização. A ditadura midiática ganha “ares de diversidade”. A medida não altera porra nenhuma em termos da produção das atuais ”informações ficcionais”, dos releases das assessorias de imprensa. Associar “qualidade da informação” com diploma é deboche. Até mesmo na história recente de Zerolândia esta associação é piada. Uma redação com hegemonia de profissionais sem diploma era dirigida pelo Lauro Schirmer. Dava para ler. Uma redação hegemonizada pelos com diploma e direção de Marcelo Rech vai para história do lixo.
Ninguém diz nada sobre a conjuntura em que o diploma foi criado. Assim, como ninguém diz nada sobre a conjuntura atual, a do fim do diploma. É preciso, no entanto, assinalar a característica básica dos dois momentos: ditadura militar e ditadura midiática. Absoluta falta de democracia. Ditabrandas. O MST pode dizer algumas coisas interessantes sobre o tema. Na militar, as redações eram “controladas” por intelectuais de esquerda. A ditadura precisava de “profissionais” com outro perfil. No começo foi quase impossível. A meninada (com o diploma) mandava “bala” contra a ditadura. E os “velhos” jornalistas prestigiavam. No mínimo faziam vistas grossas. Na atualidade, o fim do diploma “flexibiliza” e reforça os cursinhos técnicos de comunicologia. Uma adequação ao Deus Mercado. A grande novidade - e a mídia corporativa precisa - será a formação de showrnalistas especializados na transmissão de infográficos online. Ou de “especialistas” em segurar microfone. Isso tudo é uma grande piada.
Está aberta, no entanto, a possibilidade de implodirmos com os cursos de “comunicologia”, pela esquerda. Está aberta a possibilidade de formação de JORNALISTAS marginais, subversivos e da periferia. Estes cursos populares darão prioridade à formação do caráter. Não esquecendo, é claro, que a esquerda sabonete é um zero à esquerda. Uma idéia anarquista. Em 20 anos de Fabico (Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação da UFRGS) nunca tive um aluno negro que não fosse africano. Não tive em aula um estudante de JORNALISMO morador da Lomba do Pinheiro (periferia de Porto Alegre). Estamos de olho na possibilidade de construção de ESCOLAS DE JORNALISMO na periferia. Currículo de AgiProp (agitação e propaganda). Contra o sistema. Luta de classes existe, sim. O “showrnalismo” que a mídia corporativa faz ficará “melhor”. Zerolândia ficará melhor “qualificada”. Especialistas (não diplomados) poderão brilhar.
Comecei na profissão com Marcos Faerman (Marcão), trabalhei com Pilla Vares, João Aveline e José Onofre; tive aulas de marxismo e de jornalismo com Marco Aurélio Garcia, criador do primeiro Caderno de Cultura de ZH; também tive algumas lições de jornalismo com Jefferson de Barros. JORNALISTAS eram intelectuais e de esquerda. O diploma que predominava era o de advogado. Nenhum jornalista da República de Livramento (Bicudo e outros) tem diploma. Acho que o Trindade e o Vieira também não. Boa parte da redação da Folha da Manhã, da Caldas Junior, não tinha diploma. O decreto que cria a habilitação em Relações Públicas, dentro dos cursos de “comunicologia”, foi assinado pelo Jarbas Passarinho e o Delfim Neto. Não consegui o registro por ter passado uma temporada na cadeia. Fui obrigado a fazer a faculdade. Tenho o tal do diploma. Sou professor por um descuido do sistema.
Os atuais cursinhos técnicos de “comunicologia” continuarão formando o pessoal que é treinado para escrever 30 linhas. (ponto) Bons de telefone. (ponto) Ou então com qualificação para buscar release na Secretária de Segurança Pública. (ponto). Para os que possuem o DNA da profissão o diploma é um detalhe. E quando não existia Internet o cara “cascateava” e não tinha como denunciar. A informação ficava restrita ao meio profissional. Agora, o cara “cascateia” e um blogueiro (não showrnalista) denuncia e é processado. A rede de conivências corporativas é silenciosa. Só faz estardalhaço na defesa da “liberdade de imprensa”, deles. Os atuais “showrnalistas”, todos diplomados, são e continuarão sendo cartógrafos do sistema. Mapeadores serviçais das elites. Nenhum dos 30 melhores alunos que tive em 20 anos de Fabico trabalhou em Zerolândia, poucos andaram (passagens rapidíssimas) por outros veículos da mídia corporativa e todos, literalmente todos, exercem a profissão comprometidos com a vida. Acho que dei minha contribuição na formação destes JORNALISTAS. Para todos eles o diploma foi um detalhe. Uma imposição burocrática e autoritária. Quase sempre de professores que não deram certo na profissão. Ou de acadêmicos que nunca passaram nas proximidades de uma redação.
O que vai acontecer? Não sei. A todos os piratas, hackers e anaquistas e loucos, de um modo geral, desejo sucesso na multiplicação dos espaços de liberdade. A clandestinidade exige atenção, humildade, intuição e pode ser o caminho para o exercício do JORNALISMO com o velho sentido da profissão. Propomos a multiplicação de panfletos eletrônicos. A realização de bacanais. De orgias eletrônicas panfletárias contra o sistema. Pela realização dos prazeres criminosos e ilegais. Abandonamos a idéia dos piquetes. O melhor é vandalizar. Não significa porra nenhuma protestar. Queremos atos de desfiguramento. Não aceitamos os estúpidos desperdícios como, por exemplo, a imensa quantidade de papel gasto em jornais de merda. Lutamos pela destruição dos símbolos dos impérios da “comunicologia”. Zerolância é criminosa. Aliena. O diploma não está ameaçado porra nenhuma. Nunca esteve. Acabou. (ponto) Fotografem a miséria conversando com os miseráveis. Aprendendo com eles. Pela ação dos marginais, dos que estão à margem, avançamos contra a barbárie.
Jornalistas, como agentes da subversão, nunca se inscrevem para concorrer a prêmios. E muito menos ainda para o Prêmio Ari-Gó. Não são os “showrnalistas” que são premiados, mas as empresas para quais vendem a alma. É tudo matéria 500. É parte da política de relações públicas. A Esso criou o Repórter Esso para combater a campanha do Petróleo é Nosso. E o “camarada” Lula poderá ser presidente do Banco Mundial.
Viva Hélio Oticica e os parangolés!!! Queremos tudo Zensentido. Glauber Rocha não tinha diploma de porra nenhuma. E, assim, ameaçava a burguesia. Como dizia o velho guerreiro Chacrinha: “quem não se comunica se trumbica”.

Mil desculpas
se às vezes
perco o ímpeto
radical
Da raiz
PALAVRAS como estiletes
CORTANTES.


* Wladymir Ungaretti é jornalista e professor na Universidade Federal do Rio Grande do Sul

GOG - Direito de Resposta

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Dulixo no Humaitá

Salve todos...Sábado estivémos no bairro do Humaitá em São Vicente para mais uma edição do Projeto Recicle Idéias...que leva uma caravana de artistas para as comunidades...com teatro infantil com uma releitura da peça dos 3 porquinhos toda voltada para a preocupação do tratamento do lixo....além de um túnel interativo sobre o mesmo tema e a oficina de reaproveitamento de materiais recicláveis realizada por nós do Dulixo....mais uma tarde de diversão...informação...agradeço a todos que compareceram...até a próxima...e fique atento que logo mais estaremos na sua quebrada...tamo junto.











Fotos por Stella Cravalho

Salve da Familía


Venho por meio deste comentário, parabenizar o trabalho desenvolvido por vcs dentro e fora do blog. Cresci trabalhando em um centro de reciclagem, onde tive meus contatos com a cultura de sarau e teatro. Admiro a arte do natural por natureza (nada perde, tudo se transforma) Dulixo, meus sinceros sentimentos puro por essa arte.Todo respeito por vcs e obrigado por acompanhar nosso trabalho.


Esperamos poder contribuir com vcs e vice e versa.Paz




Crônica Mendes


Agradeço ao Crônica... rapper...poeta...do grupo "A Familía"...palavras como essas suas só nos fortalece e vindo de quem tem forte expressão no que nosso Coletivo acredita como é o caso de vocês nos fortalece ainda mais, fazendo com que continuemos na batalha...tamo junto guerreiro por um mundo mais justo...mais humano...com mais cultura e arte...saiba que tem um forte aliado aqui na Baixada...forte abraço.
Tubarão

Cultura no Brék

Salve todos...ontem Domingo estive no Brék aqui em Santos fazendo uma vista ao meu parceiro Tatu do Art Radical que organiza vários eventos sociais e culturais...ontem estava rolando um simples encontro de alguns grupos de rap como D Cristo Máfia que faz um som levando mensagens positivas ( agradecido pelo CD), além do Dj Soneca rolando um som pra toda comunidade, simples assim, na rua mesmo...aproveitei e levei alguns Boletim do Kaos para distribuir para a comunidade que se amarrou no informativo e o "devoraram" ali mesmo, se liga nas fotos abaixo...tamo junto.

Tubarão

D Cristo Máfia

Rap no fundão do Brék

Dj Soneca

Comunidade do Brék

Tatu - Art Radical e a rapa reunida

Literatura de Rua

Rapaziada do Rap

quinta-feira, 18 de junho de 2009

11º Suburbano no Centro

Zero Treze no Ar

Web Rádio da Baixada...pilotada pelo meu parceiro Bruxxo...quem quiser sintonizar só clicar no link abaixo e curtir...tamo junto.

DO MEIO DIA AS 18:00 hs -PROGRAMA TOP MIX COM A DJ LETICIA CRIS TOCANDO TODOS OS ESTILOS MUSICAIS

DAS 18:00 AS 20:00 - PROGRAMA VIDA SIMPLES DJ JOTAERRE COM O MELHOR DO RAP NACIONAL E LATINO..

ÁS 23:00...DJ DMS COM O IDEIA QUENTE COM SOM VARIADO
 


Oficina de Criação Literária

*clique na imagem para ampliar

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Resenha do novo livro de Mumia Abu-Jamal


[“Só quero contar uma história que nunca foi contada”, diz Mumia Abu-Jamal sobre seu novo livro: Jailhouse Lawyers: Prisoners Defending Prisoners v. the U.S.A. (Advogados Desde a Prisão: Presos que Defendem Presos vs. os Estados Unidos), City Lights Books, 2009.]

O sexto livro escrito por Mumia Abu-Jamal desde o corredor da morte é publicado justamente no momento em que a Suprema Corte dos Estados Unidos lhe fecha a porta na cara, rejeitando um pedido de recurso de Mumia para que fosse repetida a fase do veredito do seu
julgamento de 1982,
 e a campanha para executá-lo novamente se renova. O livro foi apresentado em 24 de abril na Filadélfia, Nova York, Oakland, Detroit, Boston, Houston, Portland, Los Angeles, Seattle, Olympia, Baltimore e Washington D.C., para festejar seu aniversário e abrir uma nova etapa na batalha por sua vida e liberdade.  

Conta-nos que existem dezenas de milhares de presos advogados nas prisões dos Estados Unidos. Pouco conhecidos no mundo fora dos muros, são homens e mulheres que demandam seus próprios casos, defendem outros presos ou levantam ações para efetuar mudanças nas condições das prisões. Com agudeza, respeito, empatia e humor, Mumia apresenta as palavras e vivências de uma trintena deles, alguns que ele conheceu pessoalmente nas prisões da Pensilvânia e outros que lhe têm enviado cartas ou respostas a suas pesquisas.  A maioria, batalha em terreno alienígena, porque  não tiveram estudos formais em Direito antes de ingressar na prisão; são autodidatas e têm aprendido a lei sob a tutoria de outros presos com mais experiência.

Diz Mumia: “Não se tem se esquecido de lutar. Não se tem se esquecido de resistir. Não se tem se esquecido de ajudar aos demais, em muitos casos as pessoas mais indefesas. E não se tem se esquecido de ganhar... Algumas destas pessoas têm salvado a vida de outras, literalmente. Outras têm mudado as regras do jogo”. Para agradecer-lhes seus serviços em proteger a Constituição, as autoridades freqüentemente castigam estes advogados mais que a qualquer outro grupo de presos.

Neste livro, conhecemos Steve Evans, que estudou direito por conta própria e ensinou muitos outros presos como disputar um caso – a todos, menos os informantes e violadores de crianças. Seu aluno Warren Henderson teve que aprender a ler na prisão, antes de estudar Direito, mas tão grande era sua paixão para a leitura que roubou centenas de livros para realizar seu sonho de organizar uma biblioteca em seu bairro ao sair da prisão, e em várias ocasiões teve êxito em defender-se. Midge DeLuca, que sofria de câncer, decidiu ajudar as outras presas doentes depois de ler uma linha de sua poetisa favorita, Audre Lorde: “Só nossos silêncios nos lastimarão”.

Também tomamos conhecimento de vários rebeldes, revolucionários e presos políticos, inclusive os integrantes e simpatizantes da organização MOVE, que desafiaram a autoridade dos Tribunais rotundamente em uma longa série de julgamentos; Rashaan Brooks-Bey, organizador de greves e outras ações pelos direitos dos presos, que junto com seus companheiros Russell Maroon Shoatz, Robert Joyner e Kareem Howard, enfrentaram o juiz diretamente e exigiram a prisão dos policiais; Martin Sostre, o legendário organizador da livraria Afro-Asiática em Buffalo, NY, que influenciou no pensamento de muitos outros presos; Iron Thunderhorse, batalhador incansável pelos direitos dos presos, agora, cego;   e Ed Mead,  originalmente um preso social que se tornou ativista pelos direitos dos presos, depois integrante da Brigada George Jackson e co-fundador da Prison Legal News.

Diante do desprezo dos juízes e promotores, da extrema falta de recursos, e da apatia pública, os advogados, desde a prisão, freqüentemente perdem seus casos, mas também tem alcançado impressionantes vitórias.

  -- No estado da Pensilvânia, Richard Mayberry começou suas batalhas para se auto-representar em meados dos anos 60, e apesar dos duros castigos em função disso, teve que ultrapassar alguns obstáculos para fazê-lo. Também ganhou uma causa em 1978, que resultou em drásticas mudanças nas prisões de vários estados no campo da saúde, superlotação e banimento de castigos, como as “jaulas de vidro”, entre muitas outras coisas.

  -- Em 1971, David Ruiz levantou uma ação contra o sistema carcerário do estado do Texas, operado como uma plantação de escravos, que resultou em extensas reformas ordenadas pelo juiz William Wayne Justice.

  -- Na Pensilvânia no princípio dos anos 80, uma ação apresentada por Rashaan Brooks-Bey de parte de todos os presos conseguiu que uma unidade repressiva fosse fechada na prisão de Pittsburgh. Os presos ganharam duas horas de exercício ao ar livre em lugar de quinze minutos, serviço de lavanderia, tampas para as bandejas de comida, e uma proibição da prática de desnudá-los quatro vezes a cada vez que recebessem visitas.

-- No estado da Califórnia, Jane Dorotik moveu apelações que resultaram na liberdade de um bom número de mulheres falsamente presas na penitenciária de Chowchilla. Seu caso está destacado em um capítulo dedicado ao trabalho de várias presas advogadas ante o tremendo aumento de encarceramento de mulheres, 300% em anos recentes.

-- Barry “Running Bear” Gibbs  (o Osso) conseguiu que sua própria sentença de morte fosse revogada, igualmente as de outros dois presos. Recorda-se de como se sentiu quando um dos jovens lhe contou as boas noticias. Disse Osso: “Salvar a vida de alguém por meio de tinta e papel é uma experiência gratificante e inesquecível”.

-- A vergonhosa condenação de  9 dos integrantes da organização MOVE, desde 30 a 100 anos de prisão em 1978, foi seguida por una assombrosa vitória para a organização em 1981, quando Mo e John África se defenderam com êxito contra acusações de posse de armas e explosivos. Suas táticas pouco comuns incluíram uma intimação a seus 9 companheiros presos para dar depoimentos sobre os propósitos de sua luta, o bom caráter de John África e a traição das testemunhas de acusação, mais um discurso final de John África sobre a beleza e a sobrevivência da Mãe Terra. O jurado, com lágrimas nos olhos, os inocentou completamente.

--Uns meses depois, o simpatizante do MOVE, Abdul Jon, conseguiu a revogação temporária das acusações de agressão com lesões contra ele, Jeanette e Theresa África, quando foram eles os que sofreram uma brutal agressão da polícia. Seus argumentos sinceros e lógicos tornaram risíveis os altissonantes (e falsos) argumentos da promotoria. Ainda que fosse uma vitória menor, conta Mumia, dá o sabor da longa série de processos contra o MOVE.

Mumia assinala a ironia de que ainda que John África fosse absolvido por um jurado da posse de armas e explosivos, ele foi assassinado em 13 de maio de 1985, junto com Theresa África e outros 9 integrantes do MOVE, com explosivos obtidos ilegalmente pelo governo dos Estados Unidos  para bombardear a casa coletiva do MOVE. Sem dúvida, nenhum agente local ou federal foi julgado pelo crime. A única pessoa acusada, julgada e condenada a 7 anos por “incitar um motím” foi Ramona África, que “se atreveu a sobreviver a matança.” Se não houvesse movido seu próprio caso,  provavelmente teria passado muitos anos mais na prisão, dadas todas as acusações iniciais contra ela.

Para Mumia, não cabe dúvidas de que, ao fim e ao cabo, a lei é o que diz o juiz. Em um capítulo interessante, explora várias definições da lei, inclusive a do homem conhecido como “o avatar do capitalismo ocidental”, Adan Smith: “A lei e os governos podem se considerar... como uma combinação dos ricos para oprimir aos pobres  para conservar para eles a desigualdade dos bens, os quais de outra maneira estariam destruídos pelos assaltos dos pobres, aqueles, que se não fossem impedidos pelo governo, muito rapidamente reduziriam aos demais a uma igualdade com eles através da violência aberta”.

Sem dúvida, para os presos, a lei não é uma teoria ou uma idéia, porque vivem a brutal realidade. Alem disso, os que conhecem a história afro-americana nos Estados Unidos sabem que milhões de pessoas foram escravizadas legalmente. Houve leis distintas para os Africanos chamadas “Códigos de Escravos”, os quais reapareceram depois da Guerra Civil como “Códigos Negros” que penalizaram condutas como a vagabundagem, posse de armas, ausência de trabalho, gestos ou atos insultantes. Mumia sustenta que precisamente porque os advogados, desde a prisão, haviam desafiado a utilização da lei como instrumento de dominação, o ex-presidente Bill Clinton, em 1996, efetivou a aprovação de uma lei que limita os direitos dos presos para encaminhar apelações ou ações, e proíbe as indenizações punitivas por danos e prejuízos psicológicos ou mentais, em violação da Convenção Contra a Tortura. Aos “Códigos de Escravos” e aos “Códigos Negros”, comenta Mumia, se somam agora os “Códigos de Prisão”.

Naturalmente, o livro revela muitos aspectos das condições nas prisões dos Estados Unidos, inclusive a tortura praticada ali: “O que milhões de pessoas vimos nas reflexões espeluzantes do Iraque não era outra coisa que uma edição exterior da realidade das prisões estadunidenses: lugares de tortura, humilhação e abuso -práticas exportadas dos infernos domésticos deste país a outros no estrangeiro”.

Em que se distinguem os advogados licenciados em Direito e os advogados da prisão?  O conservadorismo inerente a profissão, explica Mumia, se remonta aos dias quando os licenciados eram vistos como instrumentos da Coroa Britânica que só trabalhavam para os ricos. “Dos 56 homens que firmaram a Declaração de Independência (nenhuma mulher assinou) em 1776, 29 deles, ou aproximadamente 52 por cento, eram advogados ou juízes. Estabeleceram uma estrutura legal que protegia a propriedade, mas que depreciava a liberdade -pelo menos a liberdade do povo africano escravizado. Os advogados trouxeram com eles uma sensibilidade que está no coração da profissão, um conservadorismo inato”. De fato, os três primeiros presidentes de Estados Unidos eram aristocratas, ainda que sem título, e donos de escravos. “Estabeleceram uma estrutura legal para proteger a riqueza e o privilégio de sua classe”.

Hoje em dia quando os advogados se apresentam, não são “oficiais da comunidade”, se não “oficiais da corte”. Sua lealdade não é ao acusado se não “a corte, ao banco, ao trono civil”. Isto explica, em parte, a grande distância entre o licenciado e seu cliente e a falta de confiança que o cliente lhe tem. É quase impossível que uma pessoa pobre tenha um bom advogado e ainda más difícil quando o acusado não seja branco.

Os advogados desde a prisão, sem dúvida, têm uma relação diferente com o Estado. Em uns casos, até os advogados muito progressistas têm tomado o lado do Estado contra eles. Esclarece Mumia que em  meio a histeria pós 9/11 sobre o anthrax, vários estados aprovaram leis que permitiram ao Estado abrir correio legal sem contar com a presença dos presos, em violação da Primeira Emenda da Constituição. A medida foi negociada com o apoio da liberal União Americana de Liberdades Civis (ACLU), mas, por fim, revogada graças aos duros esforços de três advogados desde a prisão -Derrick Dale Fontroy, Theodore Savage, e Aaron C. Wheeler. Por outro lado, é raro que os advogados desde a prisão negociem um caso. Não têm lealdade à corte, não são licenciados, e não têm ninguém a quem vender-se. Não são parte do “clube”.

Com todo o apreço que Mumia têm aos advogados retratados neste livro, ele também assinala  os limites de seus esforços. Aos finais dos anos 70, Delbert África lhe havia avisado de uma perigosa armadilha. Explicou-lhe que o problema reside em que muitos destes presos estudam a lei, acreditam na lei, acreditam que se aplica a eles, e quando se dão conta que o Sistema não segue suas próprias leis, que, ao contrário, a lei se faz e se rompe de acordo com o desejo dos juízes, enlouquecem.

Mumia afirma haver conhecido uns presos que enlouqueceram precisamente por esta razão. Também conheceu uns que tem abusado dos presos que representam. Sem dúvida, o limite mais forte que ele assinala é a insuficiência de seus bons esforços para conseguirem mudanças fundamentais no sistema carcerário. Para acabar com este sistema, qualquer esforço para utilizar a lei contra o poder têm que ser parte de amplos movimentos dentro e fora das prisões para transformar a sociedade.

Humilde, como sempre, Mumia apenas menciona seus próprios esforços como advogado autodidata que tem ajudado a outros presos a sair da prisão. Um deles é Harold Wilson, que escolheu o nome Amin e agora participa na campanha para libertar Mumia Abu-Jamal. Foi um dos convidados a falar no evento de 24 de abril passado na cidade de Nova York.