quinta-feira, 25 de julho de 2013

A entrevista de Mumia Abu-Jamal que tentaram esconder


[No último dia 5 de junho, após Mumia Abu-Jamal conceder uma entrevista telefônica ao programa radiofônico do advogado Michael Coard chamado “Radio Courtroom” (Tribunal na Rádio), o Departamento de Correções (DOC) estadunidense proibiu as chamadas telefônicas para ele como castigo. E somente em 13 de julho, depois de uma campanha popular de pressão, Mumia voltou a receber ligações e participar do programa de rádio do advogado Michael Coard. E, finalmente, depois de um ano e meio, o DOC aprovou as visitas normais do filho de Mumia, Jamal Hart, que poderá também levar o seu filho e neta de um ano para visitar Mumia. Pois é, Mumia é bisavô! A seguir, a transcrição da entrevista de Mumia que tentaram esconder. Mumia livre já!]

Michael Coard > Hoje é um dia absolutamente histórico. É a estreia do Radio Prison Showapresentado por Mumia Abu-Jamal e co-apresentado por seu advogado Michael Coard, do programa Radio Courtroom em 900AM-WURD. Estaremos em contato com Mumia Abu-Jamal periodicamente. Mumia o pai. Mumia o esposo. Mumia o jornalista. Mumia o autor. Mumia o revolucionário. E Mumia preso temporário. Antes de qualquer coisa, Mumia, como se sente hoje?

Mumia Abu-Jamal < Muito bem. Obrigado por perguntar.

Michael &gt; E te pergunto sinceramente. Falo por parte da comunidade e estamos preocupados por sua situação, seu bem estar. Mas este é seu programa, Mumia. Pode improvisar. Eu nada mais vou fazer que lançar umas poucas perguntas e espero que o leve aonde quiser. Primeiro gostaria que repartisse com os ouvintes o que é o trabalho rotineiro ou a brutalidade cotidiana que ocorre na prisão. Coloquemos os ouvintes em seus sapatos. Conte-nos de um dia seu e de qualquer outra coisa que queira acrescentar.

Mumia < Pois, se eu pudesse modificar um pouquinho a pergunta...

Michael > Sim, por favor.

Mumia < Falaria do dia de uma pessoa típica, porque acredito que de muitas maneiras, minha realidade não é igual. Eu trabalho todos os dias. Leio muito diariamente. Passo muito tempo estudando. Não estou dizendo que não existem outras pessoas que não fazem o mesmo. Sim, existem. Há homens que me superam nisto, mas não acredito que seja um acontecimento raro, notável ou desconhecido que muitas pessoas que não vão bem na escola se graduam no sistema industrial carcerário, ou como dizemos, o complexo industrial carcerário. E aqui estão mal equipados para estudar porque têm dificuldades para ler, escrever, compreender. Muitos homens são analfabetos. Por isso, seu dia consiste em trabalho monótono e pesado. Trabalho árduo. Porque há poucas opções para alguém que deseja obter educação.

Desgraçadamente, como mencionei, estar aqui é uma espécie de graduação. Existem aqueles que leem e estudam se encontram possibilidade, e pela primeira vez em sua vida aprendem coisas fora do ambiente escolar que deveriam ter aprendido muitos anos antes. Mas para a maioria, desgraçadamente, há só oportunidades perdidas devido às ações do senhor que alguns chamamos entre risadas “o primeiro presidente negro” (risos). Falo de William Jefferson Clinton. Fez muitos cortes em bolsas de estudo e outras oportunidades educativas. A lógica do ex-presidente era que estas coisas não estavam disponíveis a pessoas no “mundo livre” e por isso, não deveriam estar disponíveis aos presos. É uma visão invertida do mundo.

Na verdade, estes programas devem estar disponíveis a todas as pessoas nos Estados Unidos. Mas como bem sabe, sendo advogado, não há tal coisa como um direito constitucional a educação. Por isso temos milhões de pessoas que não podem desenvolver-se, não podem aprender. E essa é a experiência de muitos homens neste tipo de situação.

Michael > Mumia, me agrada que tenha modificado minha pergunta, e antes de chegar à segunda, me permita te perguntar sobre o que disse ao modificá-la. Mumia, por que e como é tão desinteressado? Por que pensa sempre na situação de outros e nunca fala das injustiças que fizeram a você pessoalmente?

Mumia < Pois, eu não diria nunca, diria raras vezes (risos). A verdade é que [interrupção]... Falemos desta prisão onde estou, por exemplo. Aqui tem cerca de 2.200 homens. Tem 51.000 no estado da Pensilvânia. Se checasse os 50 estados e Porto Rico, encontraria 2.5 milhões de pessoas, quase a maioria dos quais são pessoas afro-americanas. Por isso, não podemos ignorar o que, e o que seria para qualquer comunidade uma imensa catástrofe.

Michelle Alexander escreveu um aclamado livro intitulado “O Novo Jim Crow¹”, no qual faz algumas observações arrepiantes muito fundamentais. Por exemplo, diz que o número de homens negros na prisão nos Estados Unidos hoje em dia supera o número de pessoas mantidas em regime de escravidão em 1855 justamente antes da Guerra Civil. Também diz que o número atual de homens negros, e mulheres negras também, nas prisões dos Estados Unidos supera o número de encarcerados na África do Sul durante o regime de apartheid em seu apogeu. Lá pessoas negras em todas as partes do país, incluindo líderes, legisladores, acadêmicos e ativistas protestavam contra a feiura do regime de apartheid. Pois nós já ultrapassamos essa feia realidade, mas a camuflamos com um presidente negro, prefeitos negros, diretores e comissários carcerários negros. E o efeito em nossa comunidade é profundo. 

Então quando falo de tudo isto é porque não se comenta o suficiente. O faço porque a realidade é óbvia todos os dias. Se mais pessoas falassem disto, eu não teria que dizer uma só palavra, não? (risos)

Michael > Bem dito. Queremos escutar mais sobre isto. Me deixe te fazer outra pergunta: Quanta fé tem, se é que tem, no sistema legal?

Mumia < Bem, acredito que a fé é para amantes ou sacerdotes, digo gente religiosa. Não acredito que a lei seja um lugar para o amor ou a religião. Durante muitos anos tenho dito que não tenho nenhuma fé, nenhuma confiança no sistema. Nenhuma. E o sistema tem mostrado que tenho razão.

É interessante que me pergunte isto agora mesmo. Estou escrevendo um livro junto com o cineasta Steve Vittoria, e por isso estou investigando a Suprema Corte. Tenho lido uns quatro livros sobre o tema dentro das últimas três semanas. E quanto mais leio, menos motivo tenho para ter fé nesta instituição tão apregoada. O que os juízes tem feito é apoiar todo tipo de repressão jamais conhecida pela humanidade.

Michael > Sim, concordo.

Mumia < Ou quando não o fazem, quando criticaram ou expressaram oposição ao injusto, ou o declararam inconstitucional, o que passa no mundo real é muito diferente do que encontramos em suas opiniões.

Michael &gtSim, sim.

Mumia < Houve um caso decidido em meados de 1880, onde determinaram que o confinamento em solitária (o isolamento prolongado em uma cela) era inconstitucional, que era um castigo cruel e incomum. Imagina! Seria assombroso obter uma decisão como aquela hoje em dia, quando existe muito mais gente confinada em solitárias por um fator ao redor de 1.000. 

Pelo menos 25.000 pessoas vivem em isolamento quase total em todas as partes do país nas prisões de controle em cada estado e no sistema federal. Estamos falando de manter aos homens sós em uma cela, muitas vezes com nada, não durante dias ou meses, mas durante anos e décadas.
Sob a lei internacional, isto normalmente se chama “tortura”, porque somos animais sociais, criaturas sociais a quem nos faz falta a interação social com outras pessoas.

Então ter fé na lei seria uma loucura.

Michael > Bem dito. E me permita seguir com outra pergunta. Se as pessoas razoáveis já não tem fé ou confiança no sistema, que fazemos quando há uma injustiça descarada? Que fazemos a respeito do complexo industrial carcerário? E suponho que a pergunta mais ampla é buscamos reforma ou buscamos revolução? Como se promove uma mudança se não trabalhamos desde dentro, usando o sistema, usando a lei?

Mumia < Pois eu considero de uma maneira um pouco diferente e te direi o porquê. Antes mencionei a Michelle Alexander. E tem um motivo para retomar o que disse. Em seu livro “O Novo Jim Crow”, ela diz que dada a magnitude do complexo industrial carcerário hoje em dia, nada menos que um movimento massivo começará a sacudir esse baluarte de repressão. É o que impactou o sistema original de segregação racial denominado “Jim Crow” e faz falta o mesmo agora. Se as pessoas decidirem... Não diz na Declaração de Independência que as pessoas tem direito de mudar ou abolir seu governo?

Michael > Sim senhor, sim senhor.

Mumia < É algo que as pessoas têm que decidir. E diz respeito aos que chamamos ativistas, ou radicais, ou revolucionários, fazer este chamado. Cabe a eles organizar as pessoas, levantar um movimento [interrupção], um movimento dirigido a esta grande injustiça social de nossos tempos.

Michael > Mumia, falas desta grande injustiça social de nossos tempos. Se tivesse que classificar as grandes injustiças atuais, se sentiria a vontade dizendo, está é mais grave, esta é a segunda? Qual considera a mais flagrante, se é que tem uma mais flagrante? Seria o complexo industrial carcerário? Seria outra coisa? Haverá um monte? Você, o que diria?

Mumia < Para que haja claridade, evitaria falar de um monte, ainda que talvez um monte de injustiças venham a mente. (risos) Para simplificar, e para explicar claramente a necessidade de organizar um movimento, diria que não é uma coincidência que na cidade da Filadélfia estão fechando 27 escolas, principalmente na comunidade negra. Em Chicago, estão fechando 54 escolas. Poderíamos falar do mesmo no Harlem ou em Rochester ou em Detroit – em cidades por todas as partes da nação negra. A educação é a porta, ou me permita reformular isso – a falta de educação é a porta para o complexo industrial carcerário.

E por que acha que estão fechando escolas principalmente na comunidade negra? Porque têm planos para que todos os jovens de toda uma geração migrem para as ruas e logo depois para as prisões onde podem os explorar economicamente. Milhões de dólares que se devem gastar nas comunidades negras da Filadélfia Norte, Filadélfia Oeste e Germantown irão para os povos carcerários de Waynesburg ou até aqui em Mahanoy. Porque o censo conta as pessoas. [interrupção]. Então o dinheiro recolhido dos impostos que se devem gastar em transportes, educação e saúde se gasta nesta parte do estado onde agora há mais gente (encarcerada). E Filadélfia Norte, Filadélfia Oeste e Germantown perdem cada vez mais. A educação e o complexo industrial carcerário estão relacionados. São parte da mesma coisa.

Michael > Mumia, recebemos o aviso de que só temos mais 60 segundos nesta chamada. Não deixe de falar, por favor. Queremos escutar suas sábias palavras. Só quero te perguntar mais uma coisa. Como mantém sua agilidade mental, seu senso de humor? Estou te disparando perguntas e suas respostas são rápidas e às vezes divertidíssimas. Como o faz?

Mumia < Leio muito. Estudo muito. Tornou-se um hábito que não posso deixar. Tem que estar preparado quando uma oportunidade se apresenta, como é o caso agora. Obrigado, meu irmão. Foram grandiosos esses 15 minutos.

Michael > Obrigado a você, Mumia, e vamos seguir com isto. Muitíssimo obrigado por seu tempo. Diria “fique firme”, mas sei que de todo modo já vai o fazer.

[1] Jim Crow. O nome do sistema de segregação racial tomado de um personagem em espetáculos de música e dança que apresentavam estereótipos raciais protagonizados por atores brancos com o rosto maquiado de negro.

A Rádio Prision Show com Mumia Abu-Jamal e Michael Coard é transmitida toda a primeira quarta-feira de cada mês, às 12hs (horário estadunidense) como um segmento da Rádio Courtroom em 900AM-WURD, na Filadélfia.

Assine uma petição para exigir sua libertação imediata:


Escreva uma carta a Mumia:

Mumia Abu-Jamal #AM8335
SCI Mahanoy
301 Morea Road
Frackville, PA 17932
EUA

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Carta do MPL á Presidenta Dilma


CARTA ABERTA DO MOVIMENTO Passe Livre São Paulo À PRESIDENTA DILMA ROUSSEFF

À Presidenta Dilma Rousseff,

Ficamos surpresos com o convite para esta reunião. Imaginamos que também esteja surpresa com o que vem acontecendo no país nas últimas semanas. Esse gesto de diálogo que parte do governo federal destoa do tratamento aos movimentos sociais que tem marcado a política desta gestão. Parece que as revoltas que se espalham pelas cidades do Brasil desde o dia seis de junho tem quebrado velhas catracas e aberto novos caminhos.

O Movimento Passe Livre, desde o começo, foi parte desse processo. Somos um movimento social autônomo, horizontal e apartidário, que jamais pretendeu representar o conjunto de manifestantes que tomou as ruas do país. Nossa palavra é mais uma dentre aquelas gritadas nas ruas, erguidas em cartazes, pixadas nos muros. Em São Paulo, convocamos as manifestações com uma reivindicação clara e concreta: revogar o aumento. Se antes isso parecia impossível, provamos que não era e avançamos na luta por aquela que é e sempre foi a nossa bandeira, um transporte verdadeiramente público. É nesse sentido que viemos até Brasília.

O transporte só pode ser público de verdade se for acessível a todas e todos, ou seja, entendido como um direito universal. A injustiça da tarifa fica mais evidente a cada aumento, a cada vez que mais gente deixa de ter dinheiro para pagar a passagem. Questionar os aumentos é questionar a própria lógica da política tarifária, que submete o transporte ao lucro dos empresários, e não às necessidades da população. Pagar pela circulação na cidade significa tratar a mobilidade não como direito, mas como mercadoria. Isso coloca todos os outros direitos em xeque: ir até a escola, até o hospital, até o parque passa a ter um preço que nem todos podem pagar. O transporte fica limitado ao ir e vir do trabalho, fechando as portas da cidade para seus moradores. É para abri-las que defendemos a tarifa zero.

Nesse sentido gostaríamos de conhecer o posicionamento da presidenta sobre a tarifa zero no transporte público e sobre a PEC 90/11, que inclui o transporte no rol dos direitos sociais do artigo 6o da Constituição Federal. É por entender que o transporte deveria ser tratado como um direito social, amplo e irrestrito, que acreditamos ser necessário ir além de qualquer política limitada a um determinado segmento da sociedade, como os estudantes, no caso do passe livre estudantil. Defendemos o passe livre para todas e todos!

Embora priorizar o transporte coletivo esteja no discurso de todos os governos, na prática o Brasil investe onze vezes mais no transporte individual, por meio de obras viárias e políticas de crédito para o consumo de carros (IPEA, 2011). O dinheiro público deve ser investido em transporte público! Gostaríamos de saber por que a presidenta vetou o inciso V do 16º artigo da Política Nacional de Mobilidade Urbana (lei nº 12.587/12) que responsabilizava a União por dar apoio financeiro aos municípios que adotassem políticas de priorização do transporte público. Como deixa claro seu artigo 9º, esta lei prioriza um modelo de gestão privada baseado na tarifa, adotando o ponto de vista das empresas e não o dos usuários. O governo federal precisa tomar a frente no processo de construção de um transporte público de verdade. A municipalização da CIDE, e sua destinação integral e exclusiva ao transporte público, representaria um passo nesse caminho em direção à tarifa zero.

A desoneração de impostos, medida historicamente defendida pelas empresas de transporte, vai no sentido oposto. Abrir mão de tributos significa perder o poder sobre o dinheiro público, liberando verbas às cegas para as máfias dos transportes, sem qualquer transparência e controle. Para atender as demandas populares pelo transporte, é necessário construir instrumentos que coloquem no centro da decisão quem realmente deve ter suas necessidades atendidas: os usuários e trabalhadores do sistema.

Essa reunião com a presidenta foi arrancada pela força das ruas, que avançou sobre bombas, balas e prisões. Os movimentos sociais no Brasil sempre sofreram com a repressão e a criminalização. Até agora, 2013 não foi diferente: no Mato Grosso do Sul, vem ocorrendo um massacre de indígenas e a Força Nacional assassinou, no mês passado, uma liderança Terena durante uma reintegração de posse; no Distrito Federal, cinco militantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) foram presos há poucas semanas em meio às mobilizações contra os impactos da Copa do Mundo da FIFA. A resposta da polícia aos protestos iniciados em junho não destoa do conjunto: bombas de gás foram jogadas dentro de hospitais e faculdades; manifestantes foram perseguidos e espancados pela Polícia Militar; outros foram baleados; centenas de pessoas foram presas arbitrariamente; algumas estão sendo acusadas de formação de quadrilha e incitação ao crime; um homem perdeu a visão; uma garota foi violentada sexualmente por policiais; uma mulher morreu asfixiada pelo gás lacrimogêneo. A verdadeira violência que assistimos neste junho veio do Estado – em todas as suas esferas.

A DESMILITARIZAÇÃO DA POLÍCIA, defendida até pela ONU, e uma política nacional de regulamentação do armamento menos letal, proibido em diversos países e condenado por organismos internacionais, são urgentes. Ao oferecer a Força Nacional de Segurança para conter as manifestações, o Ministro da Justiça mostrou que o governo federal insiste em tratar os movimentos sociais como assunto de polícia. As notícias sobre o monitoramento de militantes feito pela Polícia Federal e pela ABIN vão na mesma direção: criminalização da luta popular.

Esperamos que essa reunião marque uma mudança de postura do governo federal que se estenda às outras lutas sociais: aos povos indígenas, que, a exemplo dos Kaiowá-Guarani e dos Munduruku, tem sofrido diversos ataques por parte de latifundiários e do poder público; às comunidades atingidas por remoções; aos sem-teto; aos sem-terra e às mães que tiveram os filhos assassinados pela polícia nas periferias. Que a mesma postura se estenda também a todas as cidades que lutam contra o aumento de tarifas e por outro modelo de transporte: São José dos Campos, Florianópolis, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, Goiânia, entre muitas outras.

Mais do que sentar à mesa e conversar, o que importa é atender às demandas claras que já estão colocadas pelos movimentos sociais de todo o país. Contra todos os aumentos do transporte público, contra a tarifa, continuaremos nas ruas! TARIFA ZERO JÁ!

Toda força aos que lutam por uma vida sem catracas!

Movimento Passe Livre São Paulo

24 de junho de 2013

quarta-feira, 19 de junho de 2013

violência gera violência...



violência não é sadia...eu sei disso...mas quando tu deu saúde decente pra nós?...quebrar banco é foda...não pode...só eles mesmo...para depois serem ressarcidos...com nosso dinheiro...tocar fogo não...só nas favelas...indios...mendigos...violência é falta de educação...só o reflexo da que você nos dá...arcaica e burra...sem perspectivas...pixar monumentos e patrimônio público é vandalismo...qual  deles nos sentimos mais representado?...prédio da Prefeitura?...estatua de Duque de Caxias??...Borba Gato??...Palácio dos Bandeirantes??...apego ao teatro municipal??...você nunca nos incentivou com cultura...a não ser essa inútil...alienante...televisiva...vandalismo é o centro abandonado...sujo...onde lixo se mistura com gente e ninguém sabe mais quem é quem...saquear é crime...trabalhamos 5 meses de graça só para pagar imposto...que nos é repassado em produtos que você inventa dizendo trazer felicidade...status...quem ta sem nada não tem o que perder...afinal aqui o importante é ter e não ser...violento é seu transporte..caro... lotado...duro...seu discurso patriota...seu verde e amarelo...sua bandeira branca na janela...querendo disfarçar o luto...sua cara pintada...com cerveja numa mão e coleira do cãozinho na outra...violenta é sua policia assassina...racista..despreparada...o ano todo...violento é abandonar suas crianças e depois pedir cadeia cada vez mais cedo...violenta é sua copa...fantasiosa...desapropriadora...pra gringo ver...como estamos evoluídos...esfregando em nossa cara supostos ídolos gorduchos afortunados...de sorriso idiota...violenta é sua democracia em papéis amarelados em gavetas e vermelho de sangue nas ruas...seus partidos cheios de siglas e legendas que nunca governaram para o povo...nuca foram alem de um sapato sujo de barro na eleição...sacos de cimento e tapinhas nas costas...violenta é sua mídia...falsa...maquiada...mentirosa...manipuladora...o que ta acontecendo não...pra mim tem outro nome...é desespero... 

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

carcarás...

 
depois de tanto sobrevoar..
ontem o carcará veio visitar...
com promessas de outrora...
dizendo ser dificil recusar...
dando pinta que não sabia como pisar...
querendo fazer festa no terreiro alheio...
com promessas do que menos anseio...
obrigado não sou do seu meio...
aqui...antes de preço vem o valor...
coisa que a faculdade não te ensinou...
nem tudo se compra nesse lado do mapa...
primeiro lugar respeito a quebrada...
morreu o homem...
mas a arte tá eternizada...
é voz que não se cala...ecoa...
aqui no Marapé...quem é..é...
quem não é...cabelo avoa...

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

dulixo...

já foi...
acabou...
joga fora...
no lixo...
por favor...
se possível...
na coleta seletiva...
cato...
brinco...
manuseio...
sobrevivo...
de sobras...restos...
dos teus desejos e anseios...
objetos...
passados...
revirados e misturados...
sujos...
lavo e limpo...
sua consciência...
sua indecência...
pouco caso...
preconceito...
feio...fedido...
mendigo...
mas homem...
digno...
mais respeito...
te conheço...
tu se revela...
no conteúdo do saco preto...
vaidades...
medos...
felicidade...
de plástico...
de vidro e papelão...
aqui na minha mão...
seu mundo...
pequeno...
falso...
mesquinho...
percebo...
enxergo...
nego...
pego somente o que quero...
devolvo...
com palavras...
com formas...
com cores...
revolta e dores...
meu gesto...
indigeto..
repudio...
resposta...
pra toda a sua bosta...

quinta-feira, 5 de julho de 2012

terça-feira, 8 de maio de 2012

Sarau Suburbano - Edição Especial - 2 anos!!



Participação Especial na BANCA DO FREE STYLE.......... KAMAL !!!

 Nesta terça (08/05/12) na Livraria Suburbano Convicto do Bixiga estaremos comemorando 2 anos do 
Sarau Suburbano 
04/05/12 (sexta) completamos 2 anos de atividades..... primeiro quinzenal e desde 2012 semanal.
Em 2 anos, passamos a ser semanal (maior B.O. e responsabilidade), lançamos um livro com 26 poetas "POETAS DO SARAU SUBURBANO" (Ponteio Editora), fizemos tantos lançamentos (livros, cds, dvds e clipes) que até perdemos a conta.
Parece bom pros primeiros 2 anos de um coletivo que por ser do centro traz seguidores da Leste, Oeste, Norte, Sul, centro, ABC e até de outros estados e países, que já tenhamos tantas conquistas.
Ontem na PRÉ-COMEMORAÇÃO fizemos um sarau genial na VIRADA CULTURAL 2012 em pleno Lgo São Bento (Berço do Hip Hop no país). Foi lindo e intenso como cada terça-feira no Bixiga.
QUER SENTIR A ENERGIA, cola na terça pra comemorar com a gente.
Além dos nossos poetas e mc's, teremos o SUPER NÓIS - O HERÓI DA PERIFERIA, além de banca de FREE STYLE com MAMUTI, Augusto Oliveira e Murilo, part. especial de KAMAU.

* Entrada gratís * Cerveja gelada na nossa bomboniere. *
 2a AÇÃO da RED BULL......... todo mundo vai criar ASAS.

Enfim...... vc vai curtir de montão. Aguardamos vcs..... 2 ANOS de resistência.
Alessandro Buzo, Marilda Borges, Tubarão e Evandro Borges

SARAU SUBURBANO
www.sarausuburbano.blogspot.com

LANÇAMENTO DO LIVRO "DANÇA DE RUA" com a autora ANA CRISTINA RIBEIRO


Mães de Maio - 6 anos de Luta


quinta-feira, 3 de maio de 2012

Sarau Suburbano na VIRADA CULTURAL




Neste sábado (05/05/12) às 20h tem SARAU SUBURBANO na Virada Cultural,promovida pela Prefeitura de São Paulo nos dias 5 e 6 na região central da cidade, com diversos palcos com música, teatro, poesia e muito mais. O SARAU SUBURBANO que amanhã (04/05/12) completa 2 anos, está no PALCO SARAUS. Vamos ser o primeiro sarau a entrar no palco, na sequência outros importantes coletivos da cidade. O palco (e a VIRADA) começa às 18h, antes do nosso SARAU, quem abre o palco é o Grupo Z'Africa Brasil e depois de nós tem o SARAU DO BINHO.Pra quem não conhece, o Sarau Suburbano rola toda terça-feira (20h) no Bixiga, na Livraria Suburbano Convicto que fica na Rua 13 de Maio, 70 - 2o andar.apresentação por conta de Alessandro Buzo e Tubarão. Nosso BLOG: www.sarausuburbano.blogspot.com * Dia 08/05 (terça) iremos comemorar nossos 2 anos de lutas e conquistas.

quinta-feira, 1 de março de 2012

fala aê...


Conversa sem rumo...fiada...
acerto tá distante...gritos...
palavras cuspidas junto com salivas...
veias que saltam...mais gritos...
pausa pra respirar...pulmão cheio...
retoma o falatório...traz de volta os gritos...
perdeu o controle...nem respira mais...
agora é buxixo...tumulto...salseiro...
estica o chiclete...faz calunia...provoca...
caça assunto...debocha...virou fofoca...
que pra mulher já é feio...
pra marmanjo então...que bate no peito...
deselegante...destempero...
deixa quieto tiu...eu memo...
falo nada pros lingua sem freio...

Tubarão




Zap na Livraria Suburbano Convicvto

ZAP SLAM na Suburbano do Bixiga foi mil grau.
Tubarão DuLixo foi o ZAPEÃO da noite.
Fotos: Marilda Borges


Roberta Estrela D'alva apresenta o Zap

Zap e Suburbano Convicto



Alessandro Buzo recebeu o ZAP SLAM na Livraria Suburbano do BixigaOntem (quarta, 29/02/2012), aconteceu na Livraria Suburbano do Bixiga a edição de fevereiro do ZAP SLAM.O ZAP este ano está ocupando outros espaços e esse mês o berço da periferia no centro recebeu a edição do evento.SLAM é tipo um SARAU, mas tem DISPUTA e sai um campeão da noite. Tipo BATALHA de MC'S, a diferença é que um poeta não ataca o outro.Pra chegar a FINAL VC participa 3 vezes, precisa ser poesia de propria autoria, máximo 3 minutos cada. 5 jurados dão NOTA e a menor é descartada.A primeira FASE de ontem teve 12 poetas e 5 passaram pra SEMI-FINAL, depois 3 pra FINAL.O Tubarão DuLixo foi o ZAPEÃO da noite e está na FINAL DO ANO, que acontece em dezembro com os campeões de cada mês.Valeu ZAP pela parceria, a Suburbano Convicto está de portas abertas.TUDONOSSO !!!

!Alessandro Buzowww.buzo.com.br


Jurados...



Bruna Treme Terra


Tubarão Dulixo




Vitor Rodrigues






Claudia Schapira











Geraldo




Mel Duarte








1,2,3 ZAP

www.buzo10.blogspot.com