sexta-feira, 24 de abril de 2009

O cara

Não foi no Congresso. Foi no Supremo.
No Supremo Tribunal Federal. A mais alta corte do nosso país.
Foi lá que um Joaquim, não o mártir, o Joaquim ministro, magistrado, poliglota.
Foi lá que o Ministro Joaquim falou com a boca do povo
E disse para o Gilmar Mendes, o todo poderoso Presidente do Supremo,
O ministro que teve o maior número de votos contrários à sua nomeação,
O homem que Dalmo Dallari disse não possuir os requisitos básicos para integrar a mais alta corte do país,
O juiz que libertou o banqueiro Daniel Dantas (duas vezes!), mais Celso Pitta, mais Naji Nahas,
Que ele está destruindo a imagem da justiça no nosso país.
E disse mais:
Disse que Gilmar, o magistrado que, a pretexto de que o nosso país vivia um estado policial, tentou transformar o Brasil num estado judiciário, está acabando com a (pouca) credibilidade do nosso poder judiciário.
Disse ainda, disse não, apenas deu a entender, que o que está na mídia não é o que está nas ruas.
A mídia não gostou. Para eles, isso não é comportamento digno de ministros do Supremo - a corte que nunca condenou um político.
Agora já falam até em crise.
Crise tá na moda.
A mídia é a moda.
Então, dá-lhe crise no Supremo.
Os ministros do Supremo também não gostaram.
Mas o povo gostou. Finalmente, alguém falou o que o povo pensa.
Joaquim. O que possui elevação.
O primeiro ministro do Supremo a abrir processo contra um parlamentar.
O ministro que defendeu a acusação conta os quarenta mensaleiros.
O homem que se insurgiu contra o poder estabelecido.
E ensinou que a lei é igual pra todos.
Palmas para Joaquim Barbosa.
O cara.
Leandro L.Rodrigues : cronista e pesquisador musical. 
Mais textos no blog : http://mandandobrasa.blogspot.com/

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