Nasceu João
De parto normal
Mais não foi em nenhum hospital
A bolsa estourou
Ali mesmo no quintal
Sem dar bobeira
A vizinha virou parteira
A irmã caçula enfermeira
O leito caixote de feira
Cresceu João
Igual a outros tantos
Sem conhecer o pai
Sem conhecer escola
De semáforo em semáforo
Vendia bala, pedia esmola
Pra esquecer a fome saco de cola
Aprendeu desde cedo correr dos hómi
Ao invés de atrás de bola
Viveu João
Aos trancos e barrancos
Sonhando em fazer um banco
De parto normal
Mais não foi em nenhum hospital
A bolsa estourou
Ali mesmo no quintal
Sem dar bobeira
A vizinha virou parteira
A irmã caçula enfermeira
O leito caixote de feira
Cresceu João
Igual a outros tantos
Sem conhecer o pai
Sem conhecer escola
De semáforo em semáforo
Vendia bala, pedia esmola
Pra esquecer a fome saco de cola
Aprendeu desde cedo correr dos hómi
Ao invés de atrás de bola
Viveu João
Aos trancos e barrancos
Sonhando em fazer um banco
E assim dar fim a todo pranto
Sem muita dignidade
Nem oportunidade
Uns diziam que por falta de cultura
Outros que já passará da idade
Seguia então a vida
As margens da sociedade
Sonhando um dia achar a tal felicidade
Morreu João
Sobre o olhar da lua
Ali mesmo naquela rua
Que tantas vezes serviu de lar
Onde aprendeu desde cedo
As injustiças enfrentar
Nunca soube o que era amor
Somente ódio, frustração e dor
Pelo menos agora tava livre das garras do opressor
Tubarão
Sem muita dignidade
Nem oportunidade
Uns diziam que por falta de cultura
Outros que já passará da idade
Seguia então a vida
As margens da sociedade
Sonhando um dia achar a tal felicidade
Morreu João
Sobre o olhar da lua
Ali mesmo naquela rua
Que tantas vezes serviu de lar
Onde aprendeu desde cedo
As injustiças enfrentar
Nunca soube o que era amor
Somente ódio, frustração e dor
Pelo menos agora tava livre das garras do opressor
Tubarão
Um comentário:
Licença pra chegar, Tubarão. Acompanho seu trampo pelos blogs e quero te parabenizar pelas correrias e, em especial, por esse poema, que ficou bem louco. Forte a ideia, mano.
Estêvão - DF
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