quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Culpado


Fui eu mesmo seu doutor

Confesso pro senhor

Num tive outra opção

Toda hora ela me perseguia

Era de noite...era de dia

Podia ser onde for

Que ela aparecia

Conhecia ela sim...faz tempo

Desde que vim morar ao relento

Tive que agir...não teve jeito

O senhor sabe sou “sujeito”

Fui eu mesmo seu doutor

E faço tudo outra vez

Se assim preciso for

Não agüentava mais

Nem dormir num podia em paz

Que ela vinha me atentar

E isso não era só comigo

O senhor pode averiguar

Tem mano que se jogava na droga

Pra vê se espantava aquela praga

Fui eu mesmo seu doutor

Da maneira que vou relatar pro senhor

Preste bem atenção e vê se num tive razão

Acordei cedo ...tava eu na minha

vendo se arrumava uma moedinha

Quando ela tornou a aparecer

Senti uma dor tão forte...

Dessas que dá quando ficamos sem comer

Pensei que fosse a morte que já vinha me recolher

Ela tomou conta de mim..fiquei cego

Na mão saquei um prego...e abri ela todinha...

Fui eu mesmo seu doutor

Matei ela com aquela lata de sardinha

Matei naquele momento toda fome que eu tinha.

O pior o senhor num sabe mais agora vai saber

É que quando menos eu esperar ela torna aparecer.

 

Tubarão

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