Fui eu mesmo seu doutor
Confesso pro senhor
Num tive outra opção
Toda hora ela me perseguia
Era de noite...era de dia
Podia ser onde for
Que ela aparecia
Conhecia ela sim...faz tempo
Desde que vim morar ao relento
Tive que agir...não teve jeito
O senhor sabe sou “sujeito”
Fui eu mesmo seu doutor
E faço tudo outra vez
Se assim preciso for
Não agüentava mais
Nem dormir num podia em paz
Que ela vinha me atentar
E isso não era só comigo
O senhor pode averiguar
Tem mano que se jogava na droga
Pra vê se espantava aquela praga
Fui eu mesmo seu doutor
Da maneira que vou relatar pro senhor
Preste bem atenção e vê se num tive razão
Acordei cedo ...tava eu na minha
vendo se arrumava uma moedinha
Quando ela tornou a aparecer
Senti uma dor tão forte...
Dessas que dá quando ficamos sem comer
Pensei que fosse a morte que já vinha me recolher
Ela tomou conta de mim..fiquei cego
Na mão saquei um prego...e abri ela todinha...
Fui eu mesmo seu doutor
Matei ela com aquela lata de sardinha
Matei naquele momento toda fome que eu tinha.
O pior o senhor num sabe mais agora vai saber
É que quando menos eu esperar ela torna aparecer.
Tubarão
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