sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Cansei ( parte 2 )

Cansei de tanta agonia nessa porra,

Desilusão extrema, sem que ninguém socorra.

Sonhos destroçados embaixo dos escombros,

Porque tanto é suportado nos ombros.

Não é de hoje que o álcool ta presente,

Nos lares das pessoas agindo covardemente.

Destruindo famílias, selando o constrangimento,

Vício incurável se pá outro sepultamento.

Gera lucro, estimula o capital que existe,

Maldição capitalista que o governo permite.

Então cada vez mais enfermos nos hospitais,

Que já era precário se torna mais ineficaz.

Assim como também é a droga  do cigarro,

Prejudica até um feto que está sendo gerado.

Muitos concordam, assinam a situação,

Caminhando pro abismo sem chance de salvação.

Porque desolação é o que realmente sobra,

Picadilha genocida,  maluco o bagulho é foda.

Tem de tudo aqui sobra cena de descaso,

Crianças com sarna, piolho, catarro.

Barriga grande, tipo cheio de lombriga,

Brincando no esgoto 24 h por dia.

Não foi prá escola porque não tinha merenda,

Nem professor, nem cadeira, nem mesa, entenda.

Os gritos que vem da frente do bote,

É o pai embriagado meio dia já de porre.

Disse que bebe prá esquecer as mazelas,

O desemprego, a fome, a vida dura da favela.

Cansei de tanta agonia e ganância,

Cansei de ver o sofrimento das crianças

Cansei de um sonho que não se alcança,

Viver sem esperança, prá que camisa branca.

 

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