quarta-feira, 29 de julho de 2009

Lá vai Maria

Lá vai Maria...seu destino a esquina
Cabelos soltos...pelas ruas do porto....toda franzina
Caminha como pulasse amarelinha
Deixando escapar que ainda é só uma menina

Lá vai Maria...buscar o sustento da família
Precoce...foi mãe antes de ser filha
O perigo  como sempre a seguia
Mais era cheia de coragem quando tava de barriga vazia

Lá vai Maria...atrás de companhia
Se a noite for boa só volta no amanhecer do dia
No cais tudo que era homem a conhecia
Todos seus clientes...caminhoneiros...marinheiros...até la policia

Lá vai Maria...pela noite solitária e fria
Muleca linda de cara feia...nunca sentia alegria
No seu mundo sonhar não se permitia
Mesmo pequena tinha de ser grande...isso ela sabia

Lá vai Maria....será que volta sadia?
É tanta doença...sempre uma nova aparecia
Camisinha...nem sempre o parceiro queria
Tinha que satisfazer o gosto  da freguesia

Lá vai Maria...fruto do descaso...vitima da covardia
Sexo certo para os monstros de mente doentia
Sente vontade de matar a todos...jamais os perdoaria
Nunca teve afeto...amor é utopia

Lá vai Maria...cansada dessa vida
Pedindo a Deus um fim para toda essa agonia
Já que pela justiça dos homens fora esquecida
A divina era a única saída.

Tubarão

3 comentários:

stella disse...

Sempre emocionando e fazendo c que reflitamos mais...
love u

Unknown disse...

Nossa q triste =/

Caranguejunior disse...

Poema é reflexo social, muitas Marias na mesma situação!

Massa Tubarão!

Abrax!